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Quatro titãs de olho no topo

por dionei

Google, Apple, Facebook e Amazon têm origens diferentes, mas seus negócios cada vez mais se confundem, com cada uma delas querendo para si o controle do mercado.

Eric Schmidt, do Google, os chamou de “camarilha dos quatro”. São os quatro titãs da tecnologia: Google, Apple, Facebook e Amazon. E escapar deles é impossível, pois chegam à carteira de quase todos os consumidores e exercem um amplo poder sobre imensas partes da economia.

Essas empresas estão concorrendo entre si para definir quem reinará na era digital. E cada uma delas carece de algo de que a outra dispõe. Se forem providenciadas as peças faltantes, qualquer uma delas terá o potencial de se tornar tudo para todos – um sistema completo no qual os consumidores passariam a maior parte do seu tempo assistindo a vídeos, lendo notícias, escrevendo e-mails e fazendo compras. “Trata-se da maior e mais intensa batalha da história da tecnologia”, disse Ted Morgan, diretor executivo da Skyhook Wireless, empresa que oferece tecnologia de localização de conteúdo para dispositivos celulares. “Suas dimensões superam em muito as da guerra entre Microsoft, Apple e IBM nos anos 90. Me parece que todas as quatro empresas já sabem que a briga será entre elas. E precisamos desenvolver produtos para todas as frentes.”

O mais recente exemplo: o anúncio feito pelo Google esta semana da compra da fabricante de celulares Motorola Mobility. Durante boa parte de suas trajetórias, Google e Apple pareceram ser empresas muito diferentes. O Google, com seu poderoso algoritmo de busca, ganhou dinheiro com a venda de anúncios. Em vez de fabricar seus próprios aparelhos, a empresa ofereceu o sistema operacional Android, que se tornou a plataforma dos celulares fabricados por outros, como Motorola e Samsung.

A Apple, por outro lado, construiu seu sucesso com a venda de computadores, celulares e tablets que se integram perfeitamente aos softwares. Basta pensar na simbiose entre o iTunes e os iPods. Em comparação, a Apple não está tão presente na rede, domínio que tem pertencido ao Google. Mas, agora, a compra da Motorola faz que o Google se pareça muito mais com a Apple. “A Apple é, basicamente, um ecossistema de resultado controlado desde o ponto de entrada até o ponto de saída”, disse Michael Gartenberg, analista da Gartner. “O Google deve estar olhando para isso e pensando: ‘Talvez esse modelo funcione para nós’.”

O fato de que duas empresas provenientes de modelos de negócios tão distintos entre si tenham chegado a resultados tão parecidos demonstra o quão rapidamente – e inesperadamente – as empresas dominantes podem se ver concorrendo umas com as outras.

Mais jovem dentre os titãs, o Facebook é a maior rede social do mundo. Mas as ambições do seu fundador, Mark Zuckerberg, vão além – e de encontro àquelas dos três outros gigantes. O Facebook espera ser uma maneira alternativa de organizar a internet, uma plataforma para consumidores que passam o seu tempo na rede.

Em vez de usar o algoritmo de busca do Google, Zuckerberg vislumbra um futuro no qual as pessoas consultariam sua rede de amigos. E, quanto maior o tempo que as pessoas passam conectadas ao Facebook, menos tempo elas passam olhando para os anúncios exibidos pelo Google, que lançou recentemente o Google Plus, uma rede social rival.

O Facebook está começando a invadir o ramo da venda de aplicativos, no qual a Apple já obteve grande sucesso. A empresa de Zuckerberg logo se tornou uma concorrente poderosa no próspero mercado dos jogos sociais, como o Farmville. E o Facebook também está de olho no mercado dos celulares. O app da rede social é um dos mais populares tanto no Android quanto no iPhone, mostrando que, mesmo rivais, essas empresas ainda podem depender umas das outras.

O Facebook está invadindo o território da Amazon ao oferecer o aluguel de filmes, serviço que seria pago com os créditos do Facebook.

A Amazon, maior varejista online do mundo, está se beneficiando com as crescentes vendas do Kindle, e das mídias em formato digital, como livros, filmes e músicas, o que faz dela uma concorrente do iTunes, da Apple. Mas, ainda mais importante, a Amazon – como o Google – está invadindo o território da Apple ao se envolver com a fabricação de dispositivos. O Wall Street Journalrelatou em julho que a Amazon planejaria lançar um tablet para concorrer com o iPad.

Os quatro titãs estão entre as quatro maiores empresas americanas. Apple, Amazon e Google contam com uma capitalização de mercado conjunta – o equivalente ao valor total de suas ações – da ordem de US$ 616 bilhões. O Facebook planeja anunciar em breve uma oferta pública inicial. O governo reparou no poder de duas destas empresas. O Google, que diz ter numerosos concorrentes no ramo das buscas, está sob investigação das autoridades antitruste dos Estados Unidos e da Europa. E representantes desta autoridade nos EUA investigaram a Apple por causa do seu serviço de assinaturas para o iPad e o iPhone. “Em comparação ao domínio exercido inicialmente por gigantes como a Microsoft, estas empresas estão muito mais dispostas a dizer ao consumidor aquilo que pode e não pode ser instalado nos aparelhos físicos que são de sua propriedade”, disse Ben Edelman, professor da Faculdade de Administração de Harvard. “Todas elas querem chegar ao topo usando um conjunto diferente de habilidades”, disse Morgan, cuja empresa processou o Google por supostamente impedir as fabricantes de celulares da plataforma Android de usarem a tecnologia da Skyhook. “Cada uma traz um elemento novo que não resolve de vez o quebra-cabeça, mas o torna cada vez mais completo.”

Fonte: ESTADÃO

http://bit.ly/n4jd5y

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