Por Nathan Isaacs
Thomas Friedman, um renomado autor e colunista do New York Times, estava recentemente entrevistando as pessoas da Intel, tentando entender o impacto que a Lei de Moore tem tido sobre o mundo.
Para efeito de comparação, eles disseram a ele que, se um Volkswagen 1971 melhorasse da mesma maneira que um processador da Intel durante o mesmo período de 45 anos, atualmente, este carro custaria 4 centavos de dólar americano, percorreria aproximadamente 2,4 milhões de quilómetros por litro e a velocidade seria de aproximadamente 482,7 quilómetros por hora.
Friedman acredita na Lei de Moore, que declara que a velocidade e o desempenho dos microchips dobrarão a cada 18 meses, e o seu impacto sobre a tecnologia é uma das três grandes acelerações que estão em andamento, mudando dramaticamente o mundo. As outras duas estão ocorrendo no mercado e com a mãe natureza.
“Nós estamos no meio de alguma coisa realmente grande”, disse Friedman para a multidão na Série de Apresentadores Internacionais do Conselho do Mundo dos Negócios de Oregon. Friedman ganhou três prêmios Pulitzer e é o autor de seis livros que estão entre os mais vendidos, inclusive World is Flat (O mundo é plano).
Ele disse que essas três acelerações estão ocorrendo de forma não linear, e as compara à história da origem de como o xadrez foi inventado. O governante do reino ficou tão impressionado pelo jogo, que ofereceu qualquer prêmio ao inventor. O inventor disse que aceitaria um grão de arroz (ou de trigo, dependendo da história) num quadrado do tabuleiro de xadrez, e, então, dobraria este prêmio por cada quadrado subsequente. O resultado final de grãos entregues pode surpreendê-lo.
Uma aceleração semelhante ocorreu em consequência da invenção da máquina de impressão, disse Friedman, mas, a diferença é que ela levou mais de 300 anos e, o que está acontecendo agora, está ocorrendo em tempo real, em sete continentes.
“Nós estamos apenas entrando na segunda metade do tabuleiro de xadrez” disse Friedman.
Ele disse que nós continuaremos a ver as mudanças de tecnologia e da globalização redefinirem a economia, a educação, os países e mais, incluindo o local de trabalho. “Este furacão está mudando a forma de cada trabalho, de cada ramo de atividades, de cada país”, ele disse.
Portanto, o que isto significa para os profissionais de marketing?
“A média oficialmente terminou”, Friedman disse.
Se você ouviu Thomas Friedman falar, ou se você lê regularmente as suas colunas, você sabe que Friedman tem cinco conselhos que ele dá às suas filhas. Estes conselhos podem também servir para os profissionais de marketing:
1. Pense sempre como um novo imigrante
Thomas Friedman disse que os novos imigrantes chegam ao seu novo país, novo lar, com o entendimento que não haverá um lugar herdado esperando por eles. Eles tomam as oportunidades e as perseguem com mais energia e mais vigor que qualquer outra pessoa.
Como profissionais de marketing, nós devemos olhar para tudo com um novo par de olhos. Quando eu era um repórter de um jornal, uma das dicas que eu recebi como um foca (novato) foi tomar um caminho diferente todos os dias para ir de casa para o trabalho. Dessa maneira, eu não ficaria preso na rotina e não deixaria de ver as histórias que estavam acontecendo ao meu redor.
Como um profissional de marketing, eu penso em maneiras de ver o meu trabalho, ou como alguém deve fazer marketing na sua empresa com um novo par de olhos; eu desafio o sentimento “nós já fizemos isto antes”, para ver se é possível pensar em diferentes resultados e em novas abordagens.
2. Pense como um artesão
Thomas Friedman disse que o artesão era a pessoa, antes da fabricação em massa, que fazia cada item individualmente, e, então, o assinava, ou punha o seu carimbo nele. Isto poderia ser para uma série de itens como armários, porcelana e mesmo finas artes (assista um episódio de Os Caçadores de Relíquias e você terá uma ideia de que se trata).
“Execute o seu trabalho diário, de forma que você esculpa nele suas iniciais no final do dia”, Friedman disse. “Se você puder fazer isto, você pode ter a certeza de que este trabalho jamais será terceirizado, automatizado, ou digitalizado”.
Como um profissional de marketing faz isto? Mergulhe fundo no seu ramo, para tornar-se um especialista, seja em relação às marcas, a itens de demanda, ou relacionado à expansão (pós venda). O marceneiro que colocou as suas iniciais na escrivaninha que acabou de terminar, jamais acordou numa bela manhã com essa habilidade. Ele aprendeu a arte durante anos. Conhecendo o seu negócio por dentro e por fora, você também aprenderá onde encontrar oportunidades para ser grande.
3. Fique sempre em beta
Thomas Friedman tomou emprestada esta ideia de Reid Hoffman, fundador do LinkedIn. Hoffman mantém que, no Vale do Silício, há apenas uma palavra de quatro letras que não deve ser dita, e ela sequer tem quatro letras. Fim.
“Esteja sempre em beta, sempre na situação de aprender, de reaprender, de fazer reengenharia, e de se rearmar (com ferramentas)”, disse Friedman.
Você pode começar a entender a importância de estar sempre em beta quando pensar em como as três forças de Friedman – a Lei de Moore, a mãe natureza e o mercado – interagem umas com as outras. As melhores tecnologias estão abrindo novos mercados. A mãe natureza e os ambientes mutantes estão abrindo novos mercados. O melhor acesso a melhores tecnologias está mudando nossos clientes, deixando-os mais inteligentes e mais seletivos.
4. Viva pela fórmula QP [quociente de paixão] mais QC [quociente de curiosidade] é sempre maior que QI [quociente de inteligência]
Thomas Friedman nos introduziu a ideia no seu livro “O mundo é plano” (The World is Flat), “Eu conclui que, num mundo plano, o QI – quociente de inteligência – ainda é importante, mas que o QC e o QP – quociente de curiosidade e quociente de paixão, respectivamente − são mais importantes. Eu vivo pela equação QC + QP > QI. Dê-me uma criança que tenha uma paixão por aprender e uma curiosidade para descobrir e eu a preferirei em comparação com uma criança menos apaixonada e que tenha um QI maior, todos os dias da semana”.
Como profissionais de marketing, por quais coisas vocês são apaixonados? Quais são as suas curiosidades? E como vocês podem trazer essa curiosidade, paixão e persistência para os seus departamentos de marketing?
O pessoal da Gallup regularmente faz uma enquete sobre o engajamento dos funcionários no mercado de trabalho. Os seus achados o deixariam deprimido. Aproximadamente 70 por cento da força de trabalho não está engajada. Seria possível que cutucar o fogo do QP e do QC dos seus funcionários ajudaria a elevar o nível de engajamento? Mal não faria.
5. Pense como uma garçonete da Perkins Pancake House de Minneapolis
Thomas Friedman contou a história de que ele estava tomando o desjejum com um amigo da sua cidade, Perkins, em Minneapolis. Ele pediu panquecas com ovos. O seu amigo pediu panquecas com frutas. A garçonete voltou e colocou dois pratos na mesa, e, então disse para o seu amigo “Eu lhe trouxe uma porção extra de frutas”.
Friedman deu a ela uma gorjeta de 50%.
“Aquela garçonete não tinha grande controle sobre muita coisa, mas ela controlava a concha de frutas e essa foi a fonte do seu original valor agregado extra. Ela estava pensando de maneira empresarial”, ele disse.
Para os profissionais de marketing, pensem em maneiras de mudar as coisas sobre as quais vocês têm controle, para descobrir aquela nova oportunidade empreendedora. Ou pense no que vocês controlam agora mesmo; podem vocês assumir um novo ponto de vista e fazer alguma pequena ou grande mudança que revigore agora mesmo alguma coisa que vocês dão como certa?
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Sobre o autor: Nathan Isaacs é o chefe da SearchFest da SEMpdx, uma organização sem fins lucrativos focada no ramo de atividades de busca. Ele é o dono da Seven G Media, uma firma de video marketing.
Fonte: Act-On Software
Tradução: Fernando B. T. Leite
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